quinta-feira, 16 de abril de 2009

Minhas vivências

Hoje sou um ser de vivências. Sou feita daquilo que é e não mais do que poderia ser. Olho pra trás e vejo um passado sem futuro, sem presente. Vejo um nada, uma lacuna fria e escura da minha vida (em partes). E isso é o que mais me impulsiona pra frente! Desatei milhões de nós e refiz laços que me mantém atada a um eu resignificado. Quanto da minha vida morreu junto com os meus desejos do que não foi? Não saberia calcular. Mas dia após dia cato os milhares de restos que foram caindo pelo chão a cada passo que dei pra chegar até aqui. Troquei de pele, refiz a maquiagem a muito borrada pelas lágrimas, pelas noites não dormidas e pelos sorrisos de vidro que de tanto quebrar já não poderia mais ser colado. Minhas unhas rasgadas e quebradas de tanto agarrar oportunidades que não queriam ficar, hoje estão crescidas e quase criaram intelecto pra poder fazer escolhas. Joguei fora as minhas lentes cor-de-rosa e preferi comprar outras que pintassem tudo de branco, me dando a liberdade de colorir o que eu achasse válido. Meus ouvidos lesados por anos de mentiras, ofensas e críticas, hoje ouvem apenas o compasso do meu coração e me guiam seguindo o ritmo das batidas como um sensor. As feridas... Ah... Essas ainda me dão trabalho. Poucas ainda sangram, mas muitas costumam doer quando estou de frente ao espelho, deixaram lembranças que promovem reações irreparáveis. É como tentar matar fantasmas, tentar fazer morrer o que já não vive mais, mas que ainda te atormenta. Não aprendi ainda a separar saudade de vazio, mas entendi que por maior que seja a falta que sinto de certas coisas, sei diferenciar o que foi bom e manter o que foi ruim em seu lugar na linha do tempo da minha vida.

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